Aqui é onde um escritor, historiar, biólogo e viajante relata coisas de dois mundos. Conheça Kndarin, o mundo criado por mim, e coisas do nosso planeta Terra. Se quiser ver o conteúdo via Instagram, acesse @descrevendo_mundos Canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC1ZrCz0G4ekkOPDPc2Afl3A

terça-feira, 31 de março de 2015

Três Marias, Vênus e Constelação das Três

As inspirações para a criação de Kndarinano não se limitaram ao planeta Terra. Os astros também tiveram papel significante para a constituição do "firmamento" do mundo.

Um conjunto de estrelas inspiradoras foram as Três Marias (ou Três Reis). Apesar de parecerem uma do lado da outra, estas estrelas não estão realmente alinhadas (só parecem assim vistas da Terra). Cada uma possui um nome: Mintaka (mais ocidental), Alnilam (a central) e Alnitak.

As Três Marias são parte da Constelação de Órion.


Órion (Orionte)

A três estrelas fazem parte da Constelação de Órion, situado no noroeste (Hemisfério Sul). Essa constelação é composta por diversas estrelas e nebulosas, dentre as quais se destacam Betelgeuse, Rigel, M42, M43 e IC434. Seu nome vem de um personagem grego, Órion, filho de Netuno. Como era um caçador ambicioso, ele decidiu caçar todas as criaturas do mundo, enfurecendo Gaia, que enviou um escorpião para matá-lo.

Como se trata de um mito, obviamente existem outras versões. Numa delas a deusa Artemísia (lua) era enamorada do caçador. Após matá-lo por engano, ela colocou o corpo do amado Órion no céu.

Constelação de Órion

Diversos povos pela Terra possuem lendas relacionadas à constelação de Órion (que obviamente, possui nome diferente para cada cultura).  O interessante é que quase todas as lendas relacionam a constelação a algum personagem humano de grandes proporções.

Por exemplo, entre algumas tribos do tronco linguístico Tupi-Guarani, a constelação de Órion e a de Taurus compõem o que para eles seria a constelação do Homem Velho. Segundo a lenda, um idoso, casado com uma jovem muito mais nova, foi traído pela esposa, que o matou e arrancou sua perna. Compadecidos do pobre velho, alguns deuses o  levaram ao céu e o transformaram em estrelas.

Constelação Homem Velho

O cinturão

Por sua posição no personagem-constelação e por formarem uma linha reta ao serem "ligados os pontos", as Três Marias também recebem o nome de Cinturão de Órion. Além disso, para algumas populações indígenas brasileiras, as três estrelas são a perna sã do Homem Velho. Vejamos um pouco sobre elas:

Mintaka (δ Órionis) - É uma Gigante Azul muito maior que o nosso sol e que brilha 10 vezes mais. É distante da Terra por aproximadamente 690 anos-luz; ou seja, você teria que viajar 229.792.458 m/s durante 690 anos para se aproximar dessa estrela!

Alnilam (ε Órionis) - Também é uma Gigante Azul, estando mais longe da Terra que Mintaka: 1300 anos-luz! Segundo as fontes consultadas (ver abaixo), essa estrela poderá se tornar uma Super Gigante Vermelha e explodir numa Super Nova. Mas não se preocupe, pois isso está previsto para os próximos milhões de anos e provavelmente nossa espécie esteja extinta.

Alnitak (ζ Órionis) - Na realidade ela não é uma única estrela, mas um conjunto de 3 ou 4 estrelas. Uma delas é uma Anã Azul, enquanto outra é uma Gigante Azul. Alnitak está longe da Terra a aproximadamente 736 anos-luz, e é a "estrela" mais fraca do Cinturão de Órion.

Estrelas Alnitak


Constelação das Três

As Três Marias foram a base para a criação da Constelação das Três. Como Órion, a Constelação das Três está posicionada no Oeste do mundo Kndarin. Cada estrela tem uma cor diferente: azul, amarela e vermelha. Para a maioria das culturas de Kndarinano, as estrelas geralmente são denominadas apenas pelas cores: kinz (azul), rolea (amarela) e efa (vermelha).

Entretanto, algumas culturas as homenagearam com o nome de deuses, como as do continente Mŗario, que denominam as estrelas de Anlios, Pongondxon e Folios, respectivamente. No Hemisfério Sul, alguns povos chamam a constelação de "Trisal" (casal de três), representado por uma mulher (estrela rolea) e seus esposos ou esposas.

Kinz - É uma Gigante Azul que dista cerca de 1000 anos-luz de Kndarinano.
Rolea - É um conjunto de oito estrelas distantes a cerca de 701 anos-luz de Kndarinano.
Efa -  É uma Gigante Vermelha que está a cerca de 1078 anos-luz do mundo Kndarin.

No livro Bando sem marca, a Constelação das Três é utilizada para marcar a passagem de tempo:

"- Sabes que irão sozinhos. O povo decidiu partir o mais rápido possível para evitar que os imperiais retornem com reforços.
Kvédik (...) fitou a silhueta da anciã e perguntou:
- Que horas partirão?
- Quando a constelação das três aparecer (...)
- Então, partirão daqui a pouco!" (Bando sem marca, p. 42).



Influência de Vênus

O momento em que a Constelação das Três aparece no céu foi inspirado nos movimentos do planeta Vênus. No céu terráqueo esse astro aparece logo após o pôr-do-sol, no oeste, e antes do nascer-do-sol, no leste. É conhecido também como Estrela D'Alva e Estrela Boiadeira. Além disso, é o terceiro corpo mais brilhante do céu (só perdendo para o sol e a lua).

Vênus é o segundo planeta mais próximo do sol e tem o tamanho aproximado ao da Terra. Ele não tem lua e sua rotação é lenta se comparada ao da Terra: para Vênus completar 1 dia são precisos 243 dias nossos!
Além disso, temperatura venusiana máxima pode alcançar 482 ºC! Mas o mais curioso é que Vênus gira ao contrário da Terra e da maioria dos outros planetas do nosso sistema solar, ou seja, de leste para oeste.

Foto de Vênus tirada em 1974.
Créditos: NASA, Mariner 10, Calvin J. Hamilton.


O nome Vênus vem da deus romana do amor e da beleza, correspondendo à Afrodite grega e Ishtar babilônica. Por aparecer em dois momentos distintos, o planeta era tratado como dois corpos celestes em diferentes povos.

Os egípcios chamavam de Ouaiti a aparição de Vênus ao anoitecer, enquanto que sua aparição matutina era conhecida como Tioumoutiri. Já para os antigos gregos, quando aparecia antes do nascer-do-sol o planeta era conhecido como Phosphoros ("que trás a luz", latinizado com o nome de Lúcifer, o "portador da luz"), e Hesperos ("estrela da noite", de onde deriva a palavra vespertino, de vesper) após o pôr-do-sol.

Os movimentos de Vênus foram importantes para a cultura maias poder sincronizar o calendário religioso (Tzolkim), baseado na Lua, com o calendário agrícola (Haab), guiado pelo Sol. Essa etnia chamava de Noh Ek a aparição matutina, e Xux Ek, a vespertina.

Códice maia de Dresden mostra os movimentos de Vênus.

Atualmente o planeta é associado ao metal, o quinto elemento para algumas culturas orientais. Seu símbolo é o mesmo que o do feminino, talvez devido à conotação de Vênus com aspectos femininos no ocidente.

Sailor Venus, personagem do anime Sailor Moon.
Ao fundo está o símbolo do planeta (e do "ser fêmea") estilizado.


Movimento da Constelação das Três

 No Hemisfério Norte do mundo Kndarin ("acima" da região tropical), a Constelação das Três aparece do início ao fim do verão no sudoeste, após o pôr-do-sol (quando só resta uma faixa de luz solar). No Hemisfério Sul do mesmo mundo, ela aparece no inverno e no mesmo horário, mas na direção noroeste. Já na região equatorial é visível o ano todo, fazendo movimentos de norte a sul de acordo com a inclinação do planeta.

Vistas de Kndarin, as estrelas que compõem a Constelação das Três parecem se mover ao redor de si. Durante as primeiras horas da noite a sequencia delas (de leste a oeste) é a seguinte: kinz-rolea-efa. No meio da noite kinz está posicionada mais a sul e efa mais a norte, permanecendo rolea aparentemente no mesmo lugar. Perto do amanhecer a ordem se inverte, estando efa mais ao leste e kinz mais ao oeste.

Esse movimento foi imprescindível para as estrelas receberem o nome de deuses em algumas regiões de Kndarin (Anlios, a azul; Pongondxon, a amarela; e Folios, a vermelha).

Anlios e Folios eram irmãos que viveram na época da Guerra dos Deuses. Eles tinham um inimigo chamado Pongondxon, que outrora fora seu aliado. O movimento de duas estrelas ao redor da central representariam os irmão cercando o adversário.

Além disso, segundo algumas crenças, efa indicaria onde está o sol. Por isso ela teria a cor vermelha, oriunda do fogo solar.

Devido a seu movimento ao redor da galáxia em que se encontra, o sistema solar de Kndarinano assume uma posição diferente em relação a Constelação das Três. Até mesmo o próprio movimento das estrelas interferem nisso. Portanto, kinz, rolea e efa se desalinham formando um "triângulo". Esse desalinhamento dura 150 anos.

O vídeo abaixo mostra uma prévia do movimento da Constelação das Três:



Sites consultados (e de onde foram tiradas as imagens sem fonte)
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/mitos_e_estacees_no_ceu_tupi-guarani.htm; http://www.telescopiosnaescola.pro.br/indigenas.pdf; http://astro.if.ufrgs.br/const.htm; http://www.siteastronomia.com/orion-constelacao; http://www.explicatorium.com/Constelacoes/Constelacoes-Orionte.php; http://astro.if.ufrgs.br/const.htm; http://www.caminhosdeluz.org/A-104C.htm; http://chc.cienciahoje.uol.com.br/astronomia-na-oca/; https://cienciasetecnologia.com/cinturao-de-orion-tres-marias/; http://www.ccvalg.pt/astronomia/sistema_solar/venus.htm; http://www.brasilescola.com/geografia/planeta-venus.htm; http://astronomy-universo.blogspot.com.br/2010/04/movimento-retrogrado-de-venus.html; http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A9nus_(planeta)#Observa.C3.A7.C3.B5es_terrestres; http://www.suapesquisa.com/pesquisa/calendario_maia.htm; http://www.bibliotecapleyades.net/ciencia/dresden/dresdencodex04.htm; http://www.archaeoastronomie.de/codex/ventaf1.jpg; http://learner.org/courses/globalart/work/190/index.html; http://www.ccvalg.pt/astronomia/sistema_solar/venus.htm; http://legendsofthemultiuniverse.wikia.com/wiki/Sailor_Venus; http://arqueologiasoboutravisao.blogspot.com.br/2011/10/cinturao-de-orion-e-as-piramides.html; https://espacoastronomico.wordpress.com/2014/08/31/constelacoes-orion-o-cacador/

quinta-feira, 26 de março de 2015

Pré-cordilheira dos Andes

Grandes, belas e nevadas. As montanhas da pré-cordilheira dos Andes dão um toque especial na paisagem quando vistas da Patagônia argentina.

Parte da pré-cordilheira andina. Localidade entre Junín de los Andes e San Martín de los Andes.
(Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2012)

Ao longe as montanhas são quase imperceptíveis, necessitando um olhar atento para percebê-las. Não é sem motivo que região inspirou a criação da Cordilheira Mitondones do livro Bando sem marca.

"Faixas brancas que pareciam nuvens eram vistas no horizonte. Se fossem olhadas com atenção, era possível perceber que tinham uma forma peculiar e que um azul-acinzentado lhes dava sustentação" (Bando sem marca, p. 129).

Vista da pré-cordilheira pela estrada ao Parque Cretácico. Com visão minuciosa é possível ver as montanhas nevadas no horizonte.
(Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2012)

Os cumes nevados da pré-cordilheira contrastam com o aspecto alaranjado da árida Patagônia. À medida que percorremos a estrada em direção às montanhas, percebemos o quanto elas estão longe. Você pode passar um tempo considerável vendo a cordilheira sem chegar realmente nela.
Não é o veículo que é lento, é a região que é vasta!

Província de Neuquén. (Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2012)

Ir da capital provincial de Neuquén à pré-cordilheira andina por San Martín de los Andes é uma experiência espetacular. Não que seja uma viagem difícil (embora cansativa), mas a paisagem que é deslumbrante.

Vista das montanhas a partir de Junín de los Andes. (Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2012)
A vegetação arbustiva da Patagônia e os rios nascidos na cordilheira dão um espetáculo de cor.


Viagem de estudos da turma de Ciência Biológicas da UFSM em 2012.
(Vídeo: Dilson Vargas Peixoto)


San Martín de los Andes se localiza na província de Neuquén, Argentina, e está a cerca de 45 km da fronteira com o Chile. É uma cidade pequena às margens do lago Lácar, rodeada de uma flora e fauna exuberantes.


Vista panorâmica de parte de San Martín de los Andes em setembro de 2012. (Foto: Dilson Vargas Peixoto)


Fauna nativa de San Martín de los Andes. Aqui um Enichognathus ferrugineus comendo flores de cerejeira.
(Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2012)

A estação de esqui do Cerro Chapelco é famosa por ser atrativa tanto para iniciantes quanto para veteranos no esporte. Além disso, a natureza do lugar é sensacional!

Floresta andina na montanha Chapelco.
(Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2012)
Que tal juntar uma grana para curtir as férias nesse lugar maravilhoso? Ou, melhor ainda, fazer um mochilão até a pré-cordilheira? Clique aqui para saber mais dicas de viagem.

Só não esqueça de agasalho. E se quiser algo calórico para enfrentar o frio, experimente a pizza de javali. Uma delícia de San Martín!

Floresta montana de San Martín de los Andes durante o mês de setembro de 2012.
(Foto: Dilson Vargas Peixoto)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Do jardim ao prato: malvavisco

Quantas espécies vegetais existem nos parques de nossas cidades e em nossos jardins?! No meio urbano as plantas geralmente servem para embelezar o lugar (função paisagística) ou até mesmo para fazer sombra ao cidadão. Mas, já pensou em comê-las?

Atualmente estamos acostumados a comer o que compramos. O mercado faz crermos que os alimentos comprados são melhores, mais seguros e realmente alimentos. 

Não se engane! Há muito alimento ao seu redor que não é vendido, é seguro (principalmente por não conter agrotóxico) e nutritivo.

Algumas espécies ornamentais tão comuns no Brasil podem ser comestíveis. Dentre estas está o malvavisco (Malvaviscus arboreus), que é originário do México ao norte da América do Sul.


Exemplar no Itacorubi, Florianópolis (SC).
(Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2015)

Planta rústica, o malvavisco é de fácil cultivo, se adaptando bem a diversos ambientes. O site do Jardim de Calateia dá algumas dicas de cultivo.

Kinupp & Lorenzi (2014)* colocam a espécie como PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais), dando dicas de como consumi-la. A base das flores do malvavisco possui um néctar docinho, muito apreciado por beija-flores e crianças.

Além disso, o malvavisco é medicinal. Algumas etnias mesoamericanas usam a espécie no tratamento de problemas gastrointestinais, conforme mencionam os estudos de Heinrich et al. (1998) e Sotelo et al. (2005).  Já Selvaraj et al. (2010) e Cahuich et al. (2013) apontam para a eficiência da espécie contra alguns microrganismos.

Na sociedade proposta em Bando sem marca há uma valorização de espécies alimentícias não convencionais, já que "se come praticamente tudo o que estiver disponível" (Bando sem marca, p. 251). Sendo assim:

"As plantações poderão ser longe ou perto das cidades. As situadas perto servirão para alimentar a população sedentária" (Bando sem marca, p. 232).

Tanto as folhas quanto as flores do malvavisco podem ser consumidas. Ótima dica para fazer uma salada mista colorida.

Salada de folhas e flores de malvavisco.
(Foto: Dilson Vargas Peixoto, 2015)

Dados da planta:
FamíliaMalvaceae
Nome científico: Malvaviscus arboreus
Origem: sul da América do Norte e norte da América do Sul

_________________________
* KINUPP, Valdely Ferreira; LORENZI, Harri. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos de Flora, 2014.

terça-feira, 24 de março de 2015

Já fez alongamento hoje?


Depois de trabalhar, estudar ou farrear bastante, o corpo merece um bom descanso. Independente de onde dormimos, muitas vezes nos acordamos cansados e indispostos, como se os músculos estivessem tensos e as juntas rijas. Isso pode ter três causas: posição em que se dorme, cama (ou rede, aos adeptos desse espetacular objeto de descanso) e preocupações na hora do sono.


Causas da indisposição

A posição "confortável" (mas prejudicial) contribui para nossos vícios de postura, que poderão causar problemas à medida que a idade avança. Dormir sempre do mesmo lado pode não ser tão aconchegante quanto parece. Além disso, um colchão "torto" (mole demais, duro demais) é outro fator para a indisposição que se tem logo ao acordar.

Mas, a causa crucial para o cansaço está na mente do indivíduo. Várias pessoas não conseguem se desligar de seus afazeres no momento do descanso. Pensamentos ansiosos sobre o que deve fazer no dia seguinte, o que aconteceu no dia anterior e desafios a serem encarados impedem o relaxamento corporal. Assim, acorda-se indisposto e tenso, como se o corpo estivesse pesado.

A maneira de viver em nossas cidades ocidentais nos torna cada vez mais parados e rotineiros, onde cargos que requerem esforço físico são vistos com um certo desdém (o que é uma incoerência, pois frequentar a academia de musculação pode ser encarado como status por alguns). E isso contribui para nossa indisposição ao acordar.


Como ficar disposto

Uma solução para começar o dia (ou a noite, para os noturnos) com disposição e leveza é fazer alongamentos ao acordar.

Como assim, "fazer alongamentos?"

Simples! Basta espichar o corpo aqui e acolá, sentindo os músculos espicharem, os tendões forçarem e as juntas funcionarem. Você conhecerá mais seus limites físicos (e até superará alguns), percebendo movimentos que não imaginava conseguir fazer.

Na obra Bando sem marca é indicada a utilização de alongamentos:

"Dja'on se levantou e começou a se espichar.
- O que estás fazendo? - Perguntou Ionko, curioso com aqueles movimentos.
- Me alongando. Isso me deixa mais disposto! - O rapaz estava se apoiando em um pé só, segurando o outro no finalzinho das costas." (Bando sem marca, p. 91)

Os alongamentos feitos logo ao acordar aumentam a disposição, pois os membros estarão "aquecidos" para o funcionamento diário e o sangue fluirá com mais rapidez, dando uma "acordada" total. Comece fazendo movimentos leves. Quando se acostumar com eles e não sentir mais seus efeitos, ouse mais.

Só tome cuidado para não exigir demais do corpo, evitando rompimentos de tendões e músculos.

O ideal é fazer os alongamentos antes do desjejum. Comece na cama mesmo, se espreguiçando e espichando as pernas. Respire fundo e vá com calma, aproveitando aquela dorzinha. Uma excelente dica é usar Tai-chi-chuan nos primeiros movimentos do alongamento Yoga nos demais movimentos.


      
                                Tai Chi Chuan                                                                                                                  Ashtanga yoga     
  

O que você está esperando para começar as atividades diárias bem dispostx? Deixe a preguiça de lado de vamos lá!

"- Me sinto leve!
Dja'on sorriu e explicou o motivo:
- É por causa dos alongamentos. Também me sinto assim." (Bando sem marca, p. 91).

domingo, 22 de março de 2015

Quarta Colônia

Na obra Bando semarca, a fisionomia do Vale do Rio Três Quedas foi inspirada nos vales da região central do Rio Grande do Sul (Brasil), principalmente por muitos deles terem a planície de inundação desflorestada.


Quando Dja'on (personagem principal) subiu numa árvore para acalmar a mente, se deparou com uma imagem semelhante a essa:

Vista do Parque Estadual da Quarta Colônia. Foto de Dilson Vargas Peixoto.

"Da copa ele observou o vale, que nada mais era do que um descampado rodeado de morros florestados comarcas de guerra" (Bando semarca, p. 19).
A escassa mata ciliar do rio Jacuí e seu assoreamento também são retratados na descrição do rio Três Quedas (que, como o Jacuí, nasce no planalto e forma corredeiras ao descer os morros).


Vista do morro Agudo de Dona Francisca. Foto de Dilson Vargas Peixoto.

"Da extinta mata ciliar restaram apenas galhos, cinzas e alguma vegetação pioneira" (Bando sem marca, p. 19).


Região


A Quarta Colônia de Imigração Italiana, ou simplesmente Quarta Colônia, está situada na região central do Rio Grande do Sul, na Depressão Central Gaúcha. Envolta de morros, é privilegiada por suas belezas naturais. O tipo de vegetação predominante é a Floresta Estacional Decidual, sendo parte do bioma Mata Atlântica. Clique no áudio para ouvir um pouco dos sons dessa floresta:


 
A grande maioria dos rios (se não todos) fazem parte da bacia hidrográfica do rio Jacuí, que corre para leste formando o Guaíba na região metropolitana de Porto Alegre.

Os verões na região muitas vezes são quentes e abafados, e os inversos chuvosos e úmidos.

"Aquela manhã estava bastante quente. Isso fez com que a evaporação formasse nuvens pesadas, que precipitaram pela tarde" (Bando semarca, p. 84).


Breve histórico

A Quarta Colônia é composta pelos municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, São João do Polêsine, Silveira Martins e Restinga Seca. A colônia foi criada na década de 1870 como parte da política de imigração do Império do Brasil para colonizar áreas "despovoadas" (ou povoadas por indígenas) e embranquecer a população.

maior parte da população da Quarta Colônia é descendente de etnias da península Itálica (Europa), embora haja uma parte considerável composta por afrodescendentes, germânicos e outros. Atualmente os municípios que a compõe se dedicam principalmente à agricultura. Apesar de o idioma predominante ser o português (carregado de um sotaque diferenciado), não é raro encontrar alguém falando algum dialeto italiano ou alemão.


Nome do mundo

Qual o significado de Kndarinano?

No tempo em que um peculiar sistema solar foi formado, uma existência imaterial se afeiçoou a um planeta em formação. Seu amor pelo planeta tornou-se tão grande que a existência moldou os aspectos daquele mundo, orientando os elementos para serem formadas montanhas, mares, rios e vida. Por fim, a existência imaterial, que passou a ser conhecida como Kndarin, integrou-se completamente ao planeta. Dessa maneira o mundo recebeu seu nome.



A palavra ano tem uma origem posterior. Quando as formas de vida já estavam bastante diversificadas, dois irmãos semi-materiais começaram a disputar território por todo o planeta. Ambos submetiam seres aos seus domínios, conseguindo servos que agiam em seus nomes.

Assim teve início a Guerra dos Deuses, cujos líderes de guerreiros (ou generais) passaram a ser considerados divindades devido suas habilidades singulares.

Tentando deter os dois irmãos, alguns seres de variadas espécies se reuniram para resistir, criando um idioma que contemplasse diversos sons e significados para poderem se entender. E desse idioma veio a palavra ano, que significa "mundo", "planeta".

Por isso o nome do planeta é Kndarinano, ou seja, "mundo Kndarin".
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