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Paineira.
(Foto: http://www.flickriver.com/photos/mauroguanandi/468429419/)
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A paineira (Ceiba speciosa), também conhecida como barriguda, árvore-de-paina e paina-de-seda é uma bela árvore nativa do nordeste ao sul do Brasil, bem como algumas regiões da Argentina e Paraguai. Geralmente é encontrada em florestas semidecíduas entre as latitudes 12ºS a 30ºS, apesar de também fazer parte das floresta ombrófila mista e decidual. A espécie está presente naturalmente em parte do Cerrado (como o Cerradão) e grande parte da Mata Atlântica, além de ser cultivada como ornamental em outras partes do mundo (Portugal).
A árvore pode atingir 20 ou 30 metros de altura. Seu tronco robusto geralmente apresenta espinhos grossos, podendo ser ausentes em indivíduos com mais de vinte anos em algumas regiões. Além disso, é esverdeado, apresentando clorofila que ajuda na fotossíntese.
As flores são belas e hermafroditas, de coloração rósea, com o interior branco ou amarelado. Na época de floração, é possível identificar ao longe a planta como uma "árvore cor-de-rosa". Além disso, existe a variedade que dá flores brancas, sendo mais rara.
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Flores de paineira. (Foto: http://toptropicals.com/catalog/uid/chorisia_speciosa.htm) |
Os frutos são do tipo capsula. Quando maduros, eles abrem e expõem a paina, fibra semelhante ao algodão. Essa fibra ajuda na dispersão das sementes, que são carregadas pelo vento.
A paina pode ser usada em enchimentos de cobertores ou coletes de natação, já que é um bom isolante térmico. Além disso, pode ser usada na absorção de óleo cru (útil para caso de derramamentos de óleo de pequena escala) e na fiação, quando misturada a outras fibras ou lã.
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Frutos da paineira. Os brancos estão abertos apresentando a paina. (Foto: http://plantearvore.org.br/photo/mudas-nativas-frutos-da-paineira) |
As folhas da paineira são compostas e digitadas, parecendo uma "mão de seis dedos", ou uma "estrela de base aberta".
Além de sua beleza, a paineira é comestível. As folhas jovens podem ser ingeridas cruas, refogadas, cozidas ou em ensopados. Possuem uma baba (mucilagem) que se assemelha ao quiabo. As folhas são fontes tanto de proteínas quanto de fósforo¹.
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Folhas de paineira. (Foto: http://www.ib.usp.br/labtrop) |
Na proposta social que a obra Bando sem marca apresenta, as espécies nativas são essenciais para a manutenção do equilíbrio ambiental local. Portanto, a dieta de uma comunidade é bastante influenciada pela biodiversidade regional, já que nessa sociedade "se come praticamente tudo o que estiver disponível" (Bando sem marca, p. 251).
Assim:
"Os cultivos diferirão de uma região para outra: (...) em florestas serão cultivadas árvores e em campos, gramíneas. A preferência será por espécies que ocorrem na região." (Bando sem marca, p. 232)
Como a paineira possui distribuição natural em uma extensa região da América do Sul, seria vantajoso inseri-la na dieta da população. As vantagens são:
1) Planta rústica, que não precisa de grandes cuidados;
2) Existente em praças e matas, podendo servir de fonte gratuita de nutrientes;
3) Não há necessidade de derrubar florestas para produzir alimento, pois elementos da mata já são o alimento.
Dessa maneira, as plantas poderão ser consumidas por diferentes populações, dependendo onde estão situadas. Por exemplo, as paineiras do meio rural seriam utilizadas pela comunidade local, enquanto que as situadas nos parques de grandes centros urbanos estariam frescas à disposição dos citadinos. Conforme a sociedade proposta no livro:
"As plantações poderão ser longe ou perto das cidades. As situadas perto servirão para alimentar a população sedentária." (Bando sem marca, p. 232)
Abundante, a paineira seria uma ótima maneira de diversificar nossa alimentação. Então, que tal variar seu cardápio acrescentando folhas de paineira na salada?
Outras informações sobre a planta:
Família: Malvaceae
Nome científico: Ceiba speciosa (antigamente Chorisia speciosa)
Período de floração: março a abril
Período de frutificação: geralmente entre setembro a outubro
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Fontes consultadas:
http://culturaacademica.com.br/_img/arquivos/10_Plantas_que_atraem_aves_e_outros-bichos_web-TRAVADO.pdf
http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/bitstream/handle/123456789/11446/Revista_Arvore_v32_n4_p781-790_2008.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.scielo.br/pdf/rbb/v26n1/v26n1a12
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paineira
http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acbs/article/view/4994
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAyJQAK/fibra-paina
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0CCwQFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.revistas.udesc.br%2Findex.php%2Fmodapalavra%2Farticle%2Fview%2F3484%2F2500&ei=4EwkVcOrPMarggTsj4PIBw&usg=AFQjCNFB6I1BXomIaAHDOcXNPrK6yrCzbg&sig2=Vp6Z96sSUo5s4HoOTKJAJQ&bvm=bv.89947451,d.eXY
¹ KINUPP, V. F.; LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA: Nova Odessa, 2014.